segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

"Você deve pensar que eu sou má...." .
O tom era casual, de uma pergunta sem interrogação, tão desinteressada que nem podia ser afirmação. A única mensagem daquela voz era indiferença.
"Não acho que você seja má, mas está apaixonada pelos presentes que o mal te oferece."
A névoa se dissipou dos seus olhos pelo tempo de um suspiro. Mas a cortina da malícia desceu novamente escondendo suas pálpebras.
"Não. Não caio mais nos seus malabarismos e mágicas com palavras. (...) Boa Noite e... que Deus te abençoe" Palavras suaves, soavam aveludadas. Escorreram lentamente da boca de satanás e respingaram como chumbo fundido derretendo todo espaço entre nós. Desceram rasgando, abrindo caminho pelo meu peito, até onde o ódio ficava guardado. Eu me senti amaldiçoado por aquela benção, se pelo menos tivesse forças para gritar... Gritaria! O meu mundo estava desmoronando, bem diante dos olhos dela. Talvez eu  mesmo não sobrevivesse a isso. Ela não sabia, se soubesse provavelmente estaria preocupada, em descobrir se iria ser beneficiada por algum seguro.

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