quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Filhos de deuses. Esses seres cantados nas sagas seguiam saciando a mesma ânsia, buscando o mesmo amor, movidos pela mesma paixão. Hoje estão bem ali, do outro lado do espelho. São da mesma tempera que os heróis antigos, que não aceitam o destino dos homens. Não aceitam que outro alguém além deles escreva seu destino. Nem as pitonisias, nem o auspícios das entranhas do sacrifício. Nem as estrelas, nem adivinhos nem o próprio Hades. Eles se revoltam como se revoltavam nas lendas, e não admitem ser joguete e diversão de pequenas ditas divindades. Eles sempre existiram, mas foram escravos da sua tragédia pessoal. Até que um dia tudo mudou. E se ouviu um lamento desesperado em todo templo e altar do mundo. Pois foram lavados no sangue do último sacrifício. O destino dos filhos havia sido revogado. Sangue fresco do sacrifício derradeiro e perfeito havia pagado o contrato. Agora os homens e as mulheres poderiam desafiar o destino. Agora os heróis estavam justificados para marcar por si mesmos seu nome no livro.

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